Notícias - Epidemia de Deficiência de Vitamina D?

ESCLARECENDO DÚVIDAS SOBRE O BENEFÍCIO DA VITAMINA D

 

A tecnologia nos possibilita obter muitas informações o tempo todo, entretanto, nós endocrinologistas, temos que filtrar os “novos conceitos” e afirmações sobre assuntos que já são conhecidos e comprovados na literatura médica e que aparecem nas redes socias.

A vitamina D apresenta ações bem conhecidas e importantes no metabolismo ósseo!!

Consequentemente, a hipovitaminose D tem consequências clínicas bem estabelecidas como a osteomalacia, hiperparatireoidismo secundário e com isto, fraturas atraumáticas e dor óssea.

Estudos clínicos sobre este tema são publicados o tempo todo em revistas médicas bem conceituadas como NewEngland, JCEM, JBMR.

Entretanto o que ainda é discutido na literatura são os valores de normalidade da 25OHD D, que é o metabólico que mede o status da vitamina D no organismo.  No final de 2017, nós do Departamento de Metabolismo Ósseo da SBEM e membros da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica escrevemos um Posicionamento sobre os novos valores de referencia da vitamina D, o qual foi publicado na Revista Brasileira de Patologia Clínica (anexo).

A nossa opinião é que para indivíduos jovens e saudáveis, o valor de 20 ng/mL é considerado adequado, entretanto, nos idosos, gestantes e pacientes com osteoporose e outras doenças crônicas, 30ng/mL é o recomendado. Este valor foi comprovado em diversos estudos, devido ao fato que valores inferiores a 30 foram correlacionados com um aumento do PTH, o qual tem impacto negativo ao esqueleto.

Importante ressaltar que o excesso de vitamina D leva a uma intoxicação, que é caracterizada por hipercalcemia. Isto acontece principalmente quando níveis da 25OHD são superiores à 90ng/mL.

A hipercalcemia aguda causada pelos altos níveis de vitamina D leva à sintomas clínicos, como náuseas, vômitos, fraqueza e desidratação podendo evoluir para alteração da função renal, necessitando um atendimento de emergência. Nenhum estudo associou o excesso de vitamina D com calcificação de artérias e de tecidos moles.

O Departamento de Metabolismo Ósseo da SBEM mantém posicionamento favorável ao uso da vitamina D em pacientes com osteoporose, com doenças crônicas e nos indivíduos que apresentem valores de 25OHD abaixo do valor de referência para idade e/ou presença de outras comorbidades.

 

 Dra Carolina Aguiar Moreira - Departamento de Metabolismo Ósseo da SBEM