Eventos
2024
ENDOSUL 2024
Data: 01 a 03 de maio de 2024
Local: Associação Médica do Paraná
Horário: a definir
Áreas de Atuação do Endocrinologista
DIABETES
O que é Diabetes?
Diabetes é uma doença em que o açúcar do sangue (glicemia) fica muito alto. É um problema de saúde pública muito importante, pois além de ser uma doença muito frequente, a pessoa com glicemia alta pode ficar muito tempo sem sintomas sem saber que já tem a doença. Isso faz com que muita gente leve um “susto” na hora que recebe o diagnóstico.
Quem tem risco de ter diabetes?
Pessoas obesas, sedentárias, que se alimentam sem qualidade (dieta com muita gordura, muito açúcar, comidas processadas, entre outras) têm risco elevado de diabetes. Pessoas que têm histórico de diabetes da família (pais ou irmãos) ou diabetes na gestação também têm maior risco de desenvolver a doença ao longo da vida.
Quais os sintomas do diabetes?
O diabetes pode não dar sintomas nos primeiros 5 a 10 anos. Por isso é importante saber se seu risco de desenvolver a doença é alto ou não (Calcule seu risco pelo Findrisk). Se você tem alto risco para diabetes, é recomendado que você faça uma dosagem de glicemia de jejum 2x ao ano.
Alguns sintomas leves podem ocorrer, como tonturas, dificuldade visual, fraqueza, infecção vaginal frequente (candidíase). Com o tempo a glicose se eleva, e pode haver sintomas de sede importante (polidipsia), aumento da quantidade de urina (poliúria), várias idas ao banheiro para urinar a noite (noctúria), emagrecimento e muita fome.
Na presença destes sintomas, o paciente deve procurar auxílio médico imediatamente.
Quais os tipos de diabetes?
O diabetes pode acontecer por uma inflamação do pâncreas chamada pancreatite, pode ocorrer durante a gestação (diabetes gestacional), pode ser dos tipos 1 e 2 , e ainda existem outros tipos mais raros de diabetes relacionados à genética.
O Diabetes tipo 1 pode acometer crianças, adolescentes e adultos. Ocorre quando o corpo produz um anticorpo para um vírus, por exemplo, e acaba também agredindo a célula que produz insulina no pâncreas.
O Diabetes tipo 2 é mais frequente, e acomete adultos acima dos 40 anos. Porém, com o aumento do número de crianças e adolescentes obesos no mundo, o Diabetes tipo 2 também tem sido visto nesta faixa etária. A maior parte dos pacientes com este tipo de diabetes tem história de diabetes na família e é obeso ou sedentário.
Como se diagnostica diabetes?
Através da dosagem de glicemia de jejum (dois testes com resultado acima de 126 mg/dL ou quando um valor dá acima de 200mg/dL) ou dosagem de Hemoglobina Glicada (maior ou igual a 6,5%). Em alguns casos, um teste adicional chamado TOTG pode ser solicitado para tirar a dúvida.
Como se trata diabetes?
Todo paciente diabético precisa manter uma vida saudável. Manter uma dieta balanceada e atividade física regular fazem parte do tratamento de todos os pacientes com diabetes.
Sobre medicamentos, o paciente com Diabetes tipo 1 é tratado sempre com insulina, porque neste caso o pâncreas não a produz mais. Pacientes com Diabetes Tipo 2 são tratados com medicamentos por via oral ou injetáveis, ou combinação destes. A insulina também pode ser necessária para o tratamento do diabetes tipo 2.
Como evitar o diabetes?
A melhor forma de prevenção do diabetes é mudança de estilo de vida com atividade física por 150 minutos por semana, além de manter uma dieta rica em fibras e evitar alimentos ultraprocessados.
Mesmo que você tenha história de diabetes na família, manter uma dieta bem equilibrada, evitar o excesso de peso, manter atividade física regulamente, parar de fumar e manter acompanhamento médico regular podem manter o diabetes mais longe de você.
Quais as complicações do diabetes?
Quanto mais alta e por mais tempo a glicemia ficar fora de controle, maior o risco de complicações. Por isso, quanto mais cedo se conseguir o controle da doença com tratamento especializado, menor o risco destas graves consequências acontecerem.
Os órgãos mais afetados são os rins (a chamada Nefropatia Diabética pode fazer os rins pararem de funcionar com o tempo), a retina do olho (a Retinopatia Diabética pode piorar a visão com o tempo e levar à cegueira) e os nervos dos pés (o Pé Diabético fica amortecido e pode levar a feridas nos pés e pernas que não cicatrizam, com risco de amputações).
Além disso, o paciente com diabetes tem maior risco de ter doenças cardiovasculares que pessoas sem diabetes (Infarto Agudo do Miocárdio, AVC, Insuficiência cardíaca, entre outras). Isso significa que quando a pessoa com diabetes vai ao médico especialista, além da glicemia, a pressão arterial e o colesterol também devem ser tratados.
Diabético tem maior risco de ter COVID?
O risco de uma pessoa com diabetes se contaminar pelo coronavírus é o mesmo de uma pessoa que não tem diabetes. Porém, a glicose elevada aumenta o risco da infecção por COVID 19 evoluir para uma forma mais grave. Por isso, os portadores de diabetes são considerados grupo de risco na infecção por COVID-19.
Se você ficou com alguma dúvida ou se você tem diabetes, procure um endocrinologista. Clicando aqui, você poderá encontrar uma lista de profissionais habilitados a atendê-lo.
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Dra. Ana Carolina Ossowsky Rebolho
Dra. Silmara Leite
TIREOIDE
O que é tireoide?
É uma glândula endócrina localizada na parte anterior do pescoço, na frente da traqueia, logo abaixo do pomo de Adão e pesa cerca de 20 a 30 gramas. Costuma ser relativamente mais pesada nas mulheres, podendo apresentar um aumento fisiológico durante a gravidez e nos períodos menstruais.
É formado por inúmeros folículos (semelhante a bexigas) preenchidos por um coloide (semelhante à gelatina), onde se formam os hormônios.
Quais são os hormônios da tireoide?
A tireoide é responsável pela produção da tiroxina (T4) e triiodotironina (T3), sob o estímulo do hormônio estimulador da tireoide (TSH), que é produzido pela hipófise.
Durante a fase fetal e infância, esses hormônios são responsáveis pela diferenciação, crescimento e maturação celular.
Já na vida adulta, são responsáveis pela produção de energia e metabolismo das células.
Ações dos hormônios da tireoide
- Interferem na contratilidade e na frequência cardíaca;
- Atuam no desenvolvimento cerebral de fetos e crianças até 2 anos;
- Atuam no crescimento de crianças e adolescentes;
- Interferem em perturbações mentais como memória, sono, concentração e humor;
- Regulam a termogênese;
- Auxiliam na regulagem dos ciclos menstruais;
- Agem na contração muscular.
Você conhece as diferenças entre o hipotireoidismo e o hipertireoidismo?
Hipotireoidismo
O hipotireoidismo acontece quando a tireoide falha em produzir quantidades suficientes dos hormônios tireoidianos (T3 e T4), ou quando uma pessoa com hipotireoidismo toma uma dose menor do que a necessária para o seu tratamento. Com isso o metabolismo desacelera, afetando diferentes funções do organismo.
Hipertireoidismo
Quando a tireoide produz hormônios tireoidianos em excesso, ou quando uma pessoa com hipotireoidismo toma doses maiores do que o necessário para o seu tratamento, desenvolve-se o hipertireoidismo. Nesse caso o metabolismo fica acelerado, podendo afetar o organismo de diversas maneiras.
Como é feito o diagnóstico do hipo e do hipertireoidismo?
Antes de falarmos sobre os exames realizados para o diagnóstico das disfunções tireoidianas precisamos entender que a tireoide funciona movida por um estímulo que vem de outra glândula: a hipófise (localizada no cérebro). Esse estímulo é o TSH (hormônio estimulador da tireoide), que mantém o equilíbrio da produção de T3 e T4 pela tireoide de acordo com as necessidades do organismo.
Quando a tireoide é afetada por algum problema e passa a funcionar de forma mais lenta (o que chamamos de hipotireoidismo) o TSH aumenta. Por outro lado, quando por algum motivo a tireoide está produzindo hormônios em excesso (hipertireoidismo), o TSH diminui. Sendo assim, a dosagem do TSH nos permite identificar as situações de falta ou excesso de T3 e T4 no organismo.
Iodo X tireoide
O iodo é um elemento essencial para a formação dos hormônios da tireoide, e a recomendação de consumo diário é de 150 µg. Tanto o excesso quanto a falta podem trazer problemas de saúde. No Brasil, a nossa principal fonte de iodo na alimentação é o sal iodado.
Falta de iodo | Excesso de iodo |
Bócio | Autoimunidade |
Hipotireoidismo | Hipotireoidismo |
Retardo mental | Hipertireoidismo |
Nódulos | Mutações |
Amiodarona X tireoide
A amiodarona é uma medicação importante para o tratamento de arritmias cardíacas. E cerca de 2 a 49% dos pacientes terão alteração na função da tireoide. Nas primeiras semanas ele pode provocar uma inibição da produção do hormônio da tireoide. Mas como possui uma quantidade muito grande de iodo, pode causar hipertireoidismo. Outras medicações também podem afetar o funcionamento da tireoide.
Tireoide e coração, qual a relação?
Os hormônios da tireoide agem diretamente no tecido cardíaco e nos vasos sanguíneos, causando alteração nos batimentos cardíacos, na pressão no interior dos vasos e na liberação de catecolaminas (adrenalina e noradrenalina). Uma disfunção tireoidiana, tanto com excesso quanto como falta de produção adequada de hormônios tireoidianos pode afetar diretamente o coração e o sistema cardiovascular.
O excesso de hormônios (também descrito pelos médicos como tireotoxicose) pode causar aceleração dos batimentos do coração e arritmias, e estas por consequência pode causar um derrame (ou acidente vascular cerebral). A falta dos hormônios (também conhecida como hipotireoidismo, e sua forma mais grave, coma mixedematoso) também pode prejudicar o coração.
Na dose certa
Consulte seu médico endocrinologista para ajustar e monitorar a sua medicação. Só ele poderá determinar a forma e o nível adequado para o seu tratamento.
Se você ficou com alguma dúvida ou seus exames estão alterados, procure um endocrinologista. Clicando aqui, você encontrará uma lista de profissionais habilitados a atendê-lo.
Dr. Caio Cesar Cervi Lagana
Dra. Daniele Cristina Tokars Zaninelli
Dra. Luciane Saito Bolcato
OBESIDADE
A obesidade pode se apresentar de muitas formas. Cada paciente carrega consigo um conjunto de diferentes fatores que promovem o ganho e dificultam a perda de peso.
Sabemos também que a resposta de cada paciente a diferentes formas de tratamento é muito variável: alguns respondem bem à dieta e atividade física e outros não. Para cada medicamento (e até para a cirurgia) também são esperadas diferentes respostas quanto à perda de peso, e prever a reação de cada indivíduo não é uma tarefa fácil.
Causas da obesidade
O excesso de peso pode estar ligado à genética, à má alimentação ou, por exemplo, a disfunções endócrinas. Por isso, antes de qualquer método para a perda de peso, é importante consultar um médico endocrinologista. A consulta médica é fundamental para que o tratamento seja individualizado com a segurança necessária.
Consequências
A obesidade é uma doença que merece ser tratada com respeito por estar frequentemente associada a outras doenças crônicas, como o diabetes, a hipertensão arterial, a artrose e até alguns tipos de câncer. Por isso, é de fundamental importância conscientizar o paciente sobre as implicações da doença na saúde dele.
Obesidade e Covid-19
Pessoas com obesidade correm mais risco de desenvolver as formas graves da Covid-19, justamente pelo estado de inflamação causado pela própria obesidade no organismo, bem como a presença de outros fatores de risco, como diabetes e doenças cardíacas, entre outros.
Tratamento
O tratamento para a obesidade deve ser feito de maneira multidisciplinar, conhecendo sempre o histórico do paciente e fazendo as mudanças necessárias na rotina dele.
A obesidade não tem uma única causa e também não tem um só tratamento nem cura, é uma doença crônica. Mas há diversos pontos que podem ser modificados, a começar pela alimentação.
O tratamento de maior eficácia se faz com equipe multidisciplinar incluindo, além do médico endocrinologista, o educador físico, psicólogo e o nutricionista.
O papel do endocrinologista é conhecer as particularidades de cada paciente. Ao analisar o impacto do excesso de peso na saúde de cada indivíduo, o especialista poderá orientar a melhor forma de tratamento, obtendo resultados duradouros sem colocar a saúde do paciente em risco.
Está acima do peso? Procure um endocrinologista. Clicando aqui, você poderá encontrar uma lista de profissionais habilitados a atendê-lo.
MENOPAUSA
A menopausa é uma parte normal do processo de envelhecimento pelo qual as mulheres passam, marcando o final da idade fértil. Na maior parte das vezes ocorre entre os 45 e 55 anos de idade. Podemos dizer que uma mulher está na menopausa quando ela passa um ano inteiro sem menstruar.
As mulheres que passam pela menopausa antes dos 40 anos são consideradas como tendo uma menopausa anormalmente precoce (denominada insuficiência ovariana prematura ou insuficiência ovariana primária), que deve ser investigada e tratada adequadamente.
Evolução
A menopausa não acontece de repente. A maioria das mulheres passa por vários anos de mudanças no ciclo menstrual antes que eles cessem.
À medida que os ovários param de funcionar, os níveis do hormônio estrogênio caem, o que leva aos sintomas típicos dessa fase. As manifestações podem variar muito de mulher para mulher.
Sintomas
Os primeiros sintomas que muitas mulheres notam incluem ondas de calor, suores noturnos, mudanças de humor, perda de concentração e memória e problemas de sono. À medida que o processo avança costumam aparecer sintomas adicionais como redução da libido, secura vaginal, depressão, tristeza ou ansiedade, além de alterações urinárias, maior risco de osteoporose e fraturas, e maior risco de doenças cardíacas.
Quando os níveis de hormônio começam a se estabilizar e os níveis de estrogênio permanecem constantemente baixos, muitas mulheres observam redução ou até mesmo desaparecimento espontâneo dos sintomas, processo que pode levar anos para ser concluído. Já o maior risco de doenças cardíacas ou perda óssea podem ser constantes ou progressivos, e merecem acompanhamento personalizado.
Tratamento
Nem todas as mulheres precisam de tratamento para os sintomas da menopausa. Entretanto, quando os sintomas afetam a qualidade de vida é importante procurar a orientação de um profissional habilitado como o endocrinologista, que fará uma análise clínica individualizada oferecendo as melhores opções de tratamento para cada caso.
A terapia hormonal geralmente envolve uma combinação de estrogênio e progesterona, embora as mulheres que não têm útero (por exemplo, após uma histerectomia) precisem apenas de estrogênio.
O tratamento deve ser iniciado preferencialmente antes dos 60 anos, e não é recomendado para mulheres com histórico de certos problemas médicos incluindo câncer de mama ou câncer de endométrio (útero), doenças cardíacas, derrame e trombose venosa.
Benefícios da terapia hormonal da menopausa
Além de aliviar as ondas de calor, a terapia hormonal também pode ajudar com outros sintomas da menopausa, incluindo secura vaginal e problemas de humor. Quando iniciada em momento oportuno pode reduzir o risco cardiovascular, prevenir a perda de massa óssea e amenizar o depósito de gordura em região abdominal, embora estas não sejam indicações que justifiquem seu uso por si só.
Fique atenta!
Existe uma ampla gama de opções de hormônios idênticos aos produzidos pelo corpo que podem ser encontrados nas farmácias, sem necessidade de manipulação.
Prefira sempre medicamentos com bula, pois seus riscos e benefícios são amplamente conhecidos conferindo segurança à prescrição, ao contrário do que acontece com muitas formulações magistrais que combinam múltiplos hormônios como estradiol, estrona, estriol, DHEA, testosterona e progesterona em combinações não testadas e não aprovadas. Implantes subdérmicos também não foram aprovados.
Procure sempre um profissional habilitado com RQE na especialidade para recomendar a sua terapia hormonal. Encontre aqui o seu endocrinologista clicando aqui.
Dra. Daniele Tokars Zaninelli, endocrinologista
Referências Bibliográficas:
Uptodate
Hormone.org
Shifren JL. Menopausal Hormone Therapy. JAMA 2020.
Saiba mais
DOENÇAS RARAS
A doença é considerada rara quando afeta até 65 pessoas em cada grupo de 100 mil indivíduos. Atualmente, existem 7 mil doenças raras no mundo atingindo cerca de 300 milhões de pessoas. No Brasil são 13 milhões de brasileiros com essas enfermidades.
As anomalias congênitas, muitas delas consideradas Doenças Raras, passaram, da 5ª posição de causa de morte até 5 anos de idade em 1990, para a 2ª posição a partir de 2015. Em algumas regiões, como Sul, Sudeste e Centro Oeste, anomalias congênitas já em 2015 passaram a ser a 1ª causa de mortalidade infantil até 5 anos de idade, porém no Brasil como um todo, a prematuridade ainda é a principal causa de mortalidade infantil até 5 anos de idade, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria.
Cerca de 80% das Doenças Raras têm origem genética e cerca de 20% advêm de causas ambientais, infecciosas, imunológicas, entre outras, e 75% afetam as crianças. As doenças raras são crônicas, podendo ser progressivas e incapacitantes e também levar à morte, afetando a qualidade de vida das pessoas e de suas famílias.
Existe uma portaria de 2014 que institui a Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doenças Raras. No Brasil existem 240 serviços que oferecem atendimento, diagnóstico e assistência a pessoas com Doenças Raras. A maioria não tem cura, mas há medicamentos para tratar os sintomas.
Doenças raras endócrinas
Abaixo citamos algumas doenças raras na endocrinologia:
:: Raquitismo hipofosfatêmico ligado ao X
O raquitismo hipofosfatêmico ligado ao X é uma doença causada por uma mutação no gene PHEX, o qual leva a uma fosfatúria e consequente hipofosfatemia, que se traduz clinicamente por um defeito de mineralização do tecido ósseo e cartilaginoso.
Clinicamente, os pacientes portadores de XLH apresentam deformidades ósseas, dor crônica, fraturas, baixa estatura e alterações articulares. Além disso, apresentam alterações dentárias frequentes como a presença de abcessos e risco elevado de calcificação renal.
:: Hiperplasia Adrenal Congênita
A Hiperplasia Adrenal Congênita é um grupo de doenças de origem genética causadas pela deficiência de uma das enzinas que participam da síntese dos hormônios esteroides adrenais. Os distúrbios hormonais que os pacientes portadores de hiperplasia têm apresentam manifestações clínicas complexas. A forma mais comum, a deficiência de 21-hidroxilase, cursa com o excesso de produção de androgênio e diminuição na produção de cortisol e aldosterona, que são hormônios vitais para a manutenção da homeostase de água, eletrólitos e glicose.
As primeiras manifestações clínicas da hiperplasia adrenal congênita podem surgir ao longo de toda a vida - já no nascimento, durante a infância, ou somente na vida adulta. Mas são as formas graves, de manifestação precoce, já ao nascimento ou nas primeiras semanas de vida, que representam o desafio do diagnóstico precoce e tratamento em tempo oportuno.
Isso porque se um recém-nascido portador de hiperplasia adrenal congênita não tem o diagnóstico em tempo hábil, ele pode evoluir para o que se denomina como crise de perda de sal, que apresenta um quadro de desidratação grave, choque e evolui pra óbito senão tratado de maneira correta. Além disso, as meninas portadores de hiperplasia adrenal congênita podem ter o sexo definido de maneira errada ao nascimento, porque a exposição ao excesso de androgênios já no período vital modifica a genitália externa dessas pacientes.
Procure um endocrinologista. Clicando aqui, você encontrará uma lista de profissionais habilitados a atendê-lo.
Dra. Rosana Marques Pereira
Dra. Carolina Aguiar Moreira
SBEM Nacional
SAÚDE DA CRIANÇA
Como saber se o crescimento do meu filho está normal?
O acompanhamento do desenvolvimento das crianças e adolescentes regularmente com o pediatra é fundamental para detectar precocemente problemas que podem interferir no ritmo de crescimento.
Para avaliar o crescimento das crianças, os pediatras utilizam gráficos de estatura e peso, adequados para cada idade e para sexo feminino ou masculino. É importante considerar também as medidas de nascimento e medidas dos pais.
O crescimento é considerado baixo quando está menor que o desvio padrão do gráfico da família ou do mínimo de normalidade no gráfico da população, ou quando está com uma velocidade menor que a considerada adequada para a idade.
O que pode causar problemas com o crescimento?
O crescimento das crianças envolve muitos fatores. Fatores genéticos (estatura da família, defeitos cromossômicos), ambientais (nutrição adequada, ritmo de sono, sociopsicológico), hormonais (hormônio de crescimento, hormônios da tireoide, hormônios sexuais e cortisol), ósseos, entre outros.
Todos estes fatores devem estar em perfeito equilíbrio para um desenvolvimento adequado.
O pediatra deve fazer o acompanhamento do crescimento e do ganho de peso das crianças e adolescentes. Caso identifique alteração deve investigar os hábitos de alimentação e sono, assim como doenças que comprometam o equilíbrio metabólico como gastrintestinais, rins, fígado, anemia. Caso haja persistência de padrão inadequado de crescimento deve encaminhar para endocrinologista pediátrico para investigação dos fatores hormonais.
Qual é a idade normal para iniciar a puberdade?
A idade normal para iniciar os primeiros sinais de puberdade é de 8 a 13 anos em meninas (botão mamário) e 9 a 14 anos nos meninos (início do crescimento do pênis e testículos). A primeira menstruação é considerada normal a partir de 10 anos de idade.
É importante ressaltar que o desenvolvimento da puberdade geralmente se dá entre 2 a 3 anos, considerando desde o início dos primeiros sinais até o final dela.
Caso o pediatra identifique puberdade precoce (início antes da idade normal), puberdade de evolução rápida, início da puberdade com baixa estatura, pode ser necessário maior investigação e o paciente deve ser encaminhado ao endocrinologista pediátrico.
Por outro lado, se o pediatra perceber atraso no desenvolvimento da puberdade, deve também encaminhar ao endocrinologista pediátrico para investigação.
Meu filho está obeso? Como prevenir?
Da mesma forma que os pediatras acompanham o crescimento em gráficos de estatura, acompanham o ganho de peso em gráficos de peso e índice de massa corporal (relação entre peso e estatura) utilizando gráficos de acordo com a idade e o sexo das crianças e adolescentes. Assim, podem identificar quando o ganho de peso está desproporcional ao crescimento e investigar as possíveis causas.
A maioria das crianças que estão acima do peso têm desequilíbrio entre a ingesta e o gasto calórico. A quantidade e qualidade dos alimentos contém mais calorias do que o consumo com atividades do dia a dia. Isto acontece porque muitas crianças estão sedentárias, trocando brincadeiras de corrida, bola, corda, que consomem mais calorias, pelas telas de TV, celular, Tablet, computador. Além disso, o consumo de alimentos ultraprocessados, ricos em açúcar, sódio e gordura aumentou consideravelmente nos últimos anos.
A pandemia da COVID-19 agravou estas condições, potencializada por quadros de ansiedade e depressão que atingem adultos e crianças.
A prevenção sempre é o melhor caminho, estimulando a prática de brincadeiras ao ar livre e o consumo de alimentos naturais, ricos em nutrientes, como frutas, grãos, legumes, carnes, leite.
Crianças podem ter diabetes?
Sim, existe um tipo de diabetes que é mais comum em crianças, é chamado de Diabetes tipo 1. Neste caso, a causa é autoimune e o pâncreas perde a capacidade de produzir insulina. A insulina é o hormônio que faz a glicose entrar nas células, e sua falta leva ao aumento da glicose no sangue (hiperglicemia), com graves consequências.
Este tipo de diabetes depende totalmente da reposição com insulina injetável e se manifesta de maneira abrupta. Pode iniciar em qualquer idade, desde bebês com menos de um ano até adultos jovens com menos de 30 anos.
Perda de peso e energia, muita fome (polifagia), muita sede (polidipse) e muita urina (poliúria) são os sintomas mais comuns. Algumas crianças ficam com uma alteração metabólica e desidratação muito grave, chamada cetoacidose diabética e precisam de internamento ao diagnóstico.
O diabetes tipo 2 é mais comum em adultos, mas como tem relação com o excesso de peso e os índices de obesidade infantil estão aumentando mundialmente, há também um aumento de casos de diabetes tipo 2 em crianças e adolescentes. Neste caso não há dependência de insulina, mas um mau funcionamento desta no organismo. O tratamento deve incluir modificações no estilo de vida, além do uso de medicamentos para controlar a glicemia.
Dra. Gabriela de Carvalho Kraemer
SAÚDE MASCULINA
Os homens vivem, em média, cerca de 7 anos a menos que as mulheres e sofrem de mais problemas cardíacos e câncer. Na área da Endocrinologia e Metabologia, as principais doenças tratadas são aquelas que afetam o funcionamento dos testículos, os níveis de testosterona e a produção de espermatozoides. Podemos citar:
:: Hipogonadismo: é o termo usado pelos Endocrinologistas para descrever um problema no funcionamento das gônadas masculinas, que são os testículos. Isso pode resultar em um nível baixo de testosterona;
:: Infertilidade: pela mesma justificativa acima, diminuindo a quantidade de espermatozoides, eventualmente impedindo uma gestação espontânea;
:: Ginecomastia: crescimento de tecido mamário em excesso no homem.
Hipogonadismo e os sintomas
O hipogonadismo é, de longe, o principal problema, e seus sintomas são:
- Diminuição de libido;
- Dificuldade em manter ereções prolongadas;
- Ginecomastia;
- Osteoporose;
- Ganho de peso, com destaque para aumento da gordura corporal, principalmente a gordura visceral, a famosa “barriguinha”;
- Infertilidade.
O hipogonadismo pode ocorrer como resultado de problemas nos próprios testículos, medicamentos, doenças crônicas como obesidade, problemas no fígado e no rim, doenças genéticas, uso de esteroides anabolizantes e problemas em outra glândula que comanda os testículos, a hipófise.
Diagnóstico
O diagnóstico é feito tendo como base a suspeita clínica, aliado a exames laboratoriais e eventualmente exames de imagem. O tratamento depende da causa base, mas muitas vezes envolve a reposição de testosterona, de maneira segura e efetiva.
Procure um endocrinologista. Clicando aqui você poderá encontrar uma lista de profissionais habilitados a atendê-lo!
Dr. Caio Cesar Cervi Lagana
SAÚDE FEMININA
As mulheres compõem 51,8% da população brasileira, ou seja, são maioria em nosso país. Mulheres costumam ser especialistas em cuidados. Cuidam de seus filhos, cônjuges e familiares. Além disso, cuidam da casa e do trabalho, entre tantos outros papéis que assumem no dia a dia. A sobrecarga de afazeres não é incomum, o que faz com que muitas deixem o cuidado com a própria saúde no mínimo um pouco de lado. Mas nunca é tarde para mudar esse cenário!
Algumas fases da vida da mulher merecem atenção especial, entretanto é preciso manter cuidados constantes com a saúde, permitindo que se viva mais e melhor. Veja abaixo como o endocrinologista pode ajudar a cuidar da saúde da mulher.
Prevenção
As doenças crônicas não transmissíveis - entre elas as doenças cardiovasculares, diabetes e câncer - estão entre as principais causas de morte e incapacidade. A melhor forma de evitar essas complicações é manter cuidados que devem se iniciar o mais precocemente possível.
O endocrinologista tem como papel avaliar e orientar suas pacientes quanto aos hábitos de vida (alimentação, atividade física, consumo de bebidas alcoólicas e tabagismo), não esquecendo da importância do controle do peso corporal, já que o excesso de peso pode causar ou agravar inúmeros problemas de saúde, especialmente o diabetes. O endocrinologista indicará a melhor abordagem em cada caso, visando a prevenção do ganho assim como a perda de peso sempre que necessário.
Veja como se dá o acompanhamento da saúde da mulher em diversas fases da vida
Na infância e adolescência são estabelecidos os hábitos saudáveis que vão nos acompanhar durante toda a nossa existência. O endocrinologista poderá detectar, investigar e tratar:
- problemas de crescimento
- alterações do desenvolvimento da puberdade (precocidade ou atraso)
- problemas de tireoide
- alterações hormonais
Independentemente da idade, o endocrinologista está habilitado a abordar problemas como:
- irregularidade menstrual
- acne
- excesso de pelos (hirsutismo)
- síndrome dos ovários policísticos
- ganho anormal / excesso de peso
- distúrbios metabólicos (diabetes, colesterol alto, gordura no fígado)
- distúrbios alimentares (por exemplo: anorexia nervosa, bulimia, transtorno da compulsão alimentar)
- deficiência de vitamina D
- alterações hormonais / hipotireoidismo
- nódulo na tireoide ou adrenais
- problemas hipofisários / prolactina elevada
- raquitismo, fraturas de repetição
- cálculos renais relacionados a alterações endócrinas.
Cuidados com a saúde reprodutiva
O planejamento de cada gestação é importante para garantir a saúde da mãe e do bebê, o que não se restringe ao período da gestação e do parto! Muitas condições que ocorrem na gestação podem afetar a saúde tanto da mãe quanto de seu filho ao longo de toda a vida.
Você sabia que a prevenção da obesidade infantil - e consequentemente de uma série de problemas crônicos de saúde – começa nesse momento? Recomenda-se que ainda antes de engravidar os pais adotem hábitos saudáveis, e que procurem manter um peso adequado. Isso melhora inclusive as taxas de fertilidade do casal.
Na evolução da gravidez é fundamental evitar o ganho excessivo de peso. Com isso pode-se reduzir complicações obstétricas (na gestação e parto) e metabólicas (na gestação e ao longo da vida).
As taxas dos hormônios tireoidianos merecem atenção especial na gravidez, assim como os níveis de vitamina D.
Envelhecimento saudável
Climatério/menopausa: Devido às mudanças hormonais e sintomas marcantes que acompanham a menopausa, algumas mulheres sofrem um grande impacto na qualidade de vida. Além disso muitos problemas de saúde se tornam mais frequentes nessa fase, o que inclui a osteoporose.
O endocrinologista irá avaliar as condições de saúde e as indicações e contraindicações da terapia hormonal da menopausa caso a caso, buscando estratégias para ajudar as pacientes a superarem as dificuldades típicas deste momento sem colocar a saúde em risco.
Procure um endocrinologista. Clicando aqui você poderá encontrar uma lista de profissionais habilitados a atendê-la!
Dra. Daniele Tokars Zaninelli, endocrinologista
OSTEOPOROSE
A osteoporose é uma doença óssea sistêmica caracterizada por baixa massa óssea, deterioração do tecido ósseo e alteração da sua microarquitetura, implicando em uma resistência óssea reduzida e risco aumentado de fraturas. É considerada a doença osteometabólica mais comum e constitui um importante problema de saúde pública pelo fato de resultar em gastos exorbitantes e índice elevados de morbimortalidade.
A prevalência da osteoporose no Brasil em mulheres na pós-menopausa varia de 30 a 40%, dependendo do estudo e em homens acima de 50 anos, em torno de 15%. Entretanto, com o aumento da expectativa de vida, estima-se também um aumento da prevalência da osteoporose e de fraturas osteoporóticas, o que contribui para uma redução da qualidade de vida.
A osteoporose pode ser primária ou secundária, sendo a primeira a forma mais comum e está associada à menopausa e ao envelhecimento. O termo 'osteoporose secundária' se refere ao tipo de osteoporose que é causada ou exacerbada por uma doença, alteração ou medicação específica, cuja prevalência varia de 50 a 60 % nos homens e 40% nas mulheres, chegando até 90% em indivíduos jovens. Portanto, é muito importante na avaliação de um paciente com osteoporose sempre investigar, através de uma história clínica bem detalhada e exames laboratoriais, uma causa secundária.
Fatores de risco
Alguns fatores de riscos da osteoporose devem ser pesquisados na avaliação clínica como história familiar de osteoporose, presença de tabagismo ou etilismo, fraturas prévias, sedentarismo, baixa ingestão de cálcio e exposição solar, como também, baixo índice de massa corpórea.
Diagnóstico
O diagnóstico da osteoporose pode ser clínico na vigência de uma fratura atraumática ou através de medida da densidade mineral óssea (DMO), realizada pelo exame de densitometria óssea. Esta mensuração é feita por dupla emissão de raios X (DXA), que é um método preciso, não invasivo e com baixa radiação.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a osteoporose é diagnosticada quando o T-score da coluna lombar, fêmur (total ou colo) ou rádio 33% apresentar resultado igual ou inferior a -2,5 em mulheres na pós-menopausa e homens acima de 50 anos. Para crianças, adolescentes, mulheres na pré-menopausa e homens baixo de 50 anos, o Z-score deve ser utilizado e quando for igual ou inferior a -2.0, o diagnóstico será de baixa massa óssea para a idade.
Tratamento
O tratamento da osteoporose divide-se em não farmacológico e farmacológico. O primeiro inclui uma adequação de cálcio (ao redor de 1000mg ao dia entre o cálcio da dieta e da suplementação) e vitamina D (meta de atingir valor de 25OHvitamina D> 30ng/ml), prática de atividade física e cessação do tabagismo.
O tratamento farmacológico constitui de medicações antirreabsortivas e anabólicas, as quais são indicadas de acordo com o risco de fraturas dos pacientes segundo os consensos mais recentes. Adicionalmente, os pacientes devem ser orientados para prevenção de quedas e acompanhados regularmente.
Dra. Carolina Aguiar Moreira
Dra. Victória Z. Cochenski Borba
Saiba mais
VITAMINA D
A vitamina D desempenha um papel importante na homeostase do cálcio e no metabolismo ósseo. Sem a vitamina D, apenas 10 a 15% do cálcio alimentar seria aproveitado pelo organismo.
A importância da vitamina D para a saúde óssea é bem estabelecida, e a correção da sua deficiência nos distúrbios osteometabólicos encontra grande respaldo científico.
A vitamina D pode ter outros benefícios, como melhorar a função muscular e imunológica, mas essas áreas requerem mais pesquisas.
Causas da Deficiência de Vitamina D
- Exposição solar inadequada
A exposição solar é nossa principal fonte de vitamina D, entretanto alguns fatores como idade avançada, problemas médicos, uso de filtro solar e até mesmo a cor da pele mais escura podem afetar a sua produção.
Quanto maior a área de pele exposta, maior a produção de vitamina D. A produção também e mais eficaz nos períodos de sol mais forte, porém é importante limitar o tempo de exposição ao sol sem uso de protetor para evitar os efeitos lesivos da radiação ultravioleta.
- Ingestão inadequada ou incapacidade de absorver vitamina D
Alguns alimentos, como por exemplo salmão e atum, possuem pequenas quantidades da vitamina, entretanto não é viável suprir nossas necessidades diárias recorrendo apenas à alimentação. Certas condições afetam ainda a capacidade do corpo em absorver quantidades adequadas da vitamina pelo trato gastrointestinal. São exemplos as doenças intestinais inflamatórias e a cirurgia bariátrica.
- Incapacidade de processar vitamina D: doença renal ou hepática.
Possíveis consequências da falta de Vitamina D
- baixo teor de cálcio no sangue (hipocalcemia);
- baixo teor de fosfato no sangue (hipofosfatemia);
- em crianças: déficit de crescimento e raquitismo (enfraquecimento e deformidades ósseas);
- em adultos: osteomalácia, osteopenia e osteoporose.
Diagnóstico da deficiência de Vitamina D – Como é feito e quem deve ser testado?
Um baixo nível de vitamina D pode ser diagnosticado com um exame de sangue denominado 25-hidroxivitamina D ou 25 (OH) D. O teste não é recomendado para todos.
Veja abaixo uma lista das indicações apoiadas pela SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia):
- Idosos acima de 60 anos;
- Indivíduos com fraturas ou quedas recorrentes;
- Gestantes e lactantes;
- Portadores de osteoporose (primária e secundária) ou doenças osteometabólicas como raquitismo, osteomalácia e hiperparatireoidismo;
- Doença Renal Crônica;
- Síndromes de má-absorção: após cirurgia bariátrica e doença inflamatória intestinal;
- Medicações que possam interferir com a formação e degradação da vitamina D: terapia antirretroviral, glicocorticoides e anticonvulsivantes;
- Neoplasias Malignas;
- Sarcopenia;
- Diabetes;
- Indivíduos que não se expõem ao sol ou que tenham contraindicação à exposição solar;
- Obesidade;
- Indivíduos com pele escura.
Quais são os valores considerados normais?
- Uma concentração de 25 (OH) D maior que 20 ng / mL é o valor desejável para população saudável (até 60 anos);
- Entre 30 e 60 ng/mL é o valor recomendado para grupos de risco como:
Idosos (acima de 60 anos), indivíduos com fraturas ou quedas recorrentes, gestantes e lactantes, osteoporose (primária e secundária), doenças osteometabólicas, tais como raquitismo, osteomalácia, hiperparatireoidismo, doença renal crônica, síndromes de má-absorção, como após cirurgia bariátrica e doença inflamatória intestinal, medicações que possam interferir com a formação e degradação da vitamina D (terapia antirretroviral, glicocorticoides e anticonvulsivantes), neoplasias malignas, sarcopenia e diabetes.
- Acima de 100 ng/mL: risco de toxicidade e hipercalcemia.
Tratamento da deficiência de Vitamina D
Quando a dosagem sanguínea detecta baixos níveis de vitamina D, e de acordo com avaliação clínica individual, a correção deve ser feita através do uso de suplementos, conforme indicado pelo médico assistente.
Existe algum risco na suplementação de vitamina D?
Em geral a suplementação de vitamina D é bastante segura, com baixo risco de intoxicação, porém é importante seguir as recomendações médicas. O endocrinologista poderá determinar a necessidade de reposição, a dose e o tempo de tratamento mais indicado para cada paciente. O uso de doses excessivas pode levar, principalmente em portadores de situações clínicas especiais, ao aumento dos níveis sanguíneos e urinários de cálcio, com suas consequências clínicas.
Por Dra. Daniele Tokars Zaninelli
Referências Bibliográficas:
- Serum 25-Hydroxyvitamin D Insufficiency in Search of a Bone Disease. Sonali Shah et al. J Clin Endocrinol Metab 102: 2321-2328, 2017
- Comparative analysis of nutritional guidelines for vitamin D. Nature Reviews Endocrinology. 13, 466–479 (2017).
- Screening for Vitamin D Deficiency in AdultsUS Preventive Services Task Force Recommendation Statement. Jama. Apr 2021.
- Posicionamento Oficial de Intervalos de Referência de Vitamina D – 25(OH)D - SBPC/ML e SBEM.
HORMÔNIOS
O que são Glândulas?
Uma glândula é um órgão que produz e/ou libera substâncias que tem funções diversas no corpo. Existem glândulas endócrinas e exócrinas. As glândulas endócrinas são as que produzem hormônios.
O que são Hormônios?
Hormônios são substâncias químicas produzidas pelas glândulas endócrinas. Eles são verdadeiros mensageiros, que promovem ações nos órgãos e sistemas do corpo.
Existem vários tipos de hormônios, e cada um deles regula uma função. Conheça abaixo algumas das nossas glândulas e seus produtos:
:: Glândula Hipófise
Situada no cérebro, ela é o grande maestro do sistema endócrino. Ela produz diversos hormônios. Quando liberados, eles atuam estimulando ou inibindo a função de algumas glândulas. Ela produz ocitocina (um hormônio importantíssimo no trabalho de parto), o ADH (hormônio anti-diurético, responsável pelo controle do volume de urina), a prolactina (que é o hormônio da amamentação), GH (hormônio do crescimento), o LH e FSH (as ditas gonadotrofinas, que controlam a função ovariana e testicular), ACTH (Hormônio Adrenocorticotrófico - que controla a produção dos hormônios de outra glândula chamada adrenal, que responde a situações de estresse), e o TSH (hormônio tireotrófico- que controla a tireoide a distância).
:: Glândula Tireoide
Esta glândula fica na região do pescoço e produz o T3 (Triiodotironina) e o T4 (Tiroxina). Estes dois hormônios ajudam no controle de diversas funções, como a taxa de metabolismo, a temperatura corporal, a frequência cardíaca, a menstruação, sono, força muscular, raciocínio, função intestinal, humor, entre outras. Existem doenças que cursam com a falta destes hormônios (hipotireoidismo) e outras em que há produção em excesso destes hormônios (hipertireoidismo).
:: Glândula Adrenal
Também chamada de supra-renal (porque se situa acima dos rins), ela produz substâncias que auxiliam no controle de respostas a situações de estresse (como a produção de adrenalina, noradrenalina e cortisol).
:: Ovários e Testículos
Os ovários e testículos produzem principalmente os hormônios sexuais (estrogênio e progesterona nas mulheres e testosterona nos homens). Eles controlam as funções sexuais e a capacidade de reprodução dos seres humanos.
:: Pâncreas
O pâncreas produz inúmeros hormônios. Os mais conhecidos são a insulina e o glucagon, que controlam a glicose no sangue. Na falta de insulina ou na resistência a sua ação, desencadeia-se o diabetes.
:: Glândulas Paratireoideas
Elas produzem o PTH, um hormônio que controla a saúde óssea. Ele atua sobre as células que renovam os ossos, trocando “osso velho”por “osso novo”.
:: Outras Glândulas
O hipotálamo (uma pequena área do cérebro) também tem papel crucial no controle do sistema endócrino. Ele produz hormônios que controlam a própria glândula hipófise, e funções como a fome, o controle de temperatura corporal, sede, entre outras.
O tecido gorduroso, além de funcionar como reserva de energia, produz hormônios como a leptina e adiponectina, que participam da regulação do peso e do controle do açúcar no sangue.
Tem dúvidas sobre hormônios? Clicando aqui, você poderá encontrar uma lista de médicos endocrinologistas habilitados a atendê-lo.
Dra. Ana Carolina Ossowski
transgêneros
Curitiba conta com ambulatório multiprofissional para atendimento de travestis e transexuais no PR.
O Centro de Pesquisa e Atendimento a Travestis e Transexuais (CPATT) está localizado na Rua Amintas de Barros, 816 - Alto da XV / (41) 3213-2449 / e-mail: cre.pesquisa@sesa.pr.gov.br , é vinculado ao CRE metropolitano da Secretaria de Estado da Saúde e foi habilitado pelo Ministério da Saúde (portaria Nº 2.803/2013) na modalidade ambulatorial, em 29 de dezembro de 2016. Ele disponibiliza assistência diagnóstica e terapêutica especializada aos indivíduos com indicação para a realização do processo transexualizador.
O CPATT oferece acompanhamento psicológico, endocrinológico e de enfermagem visando integrar as dimensões psíquicas, sociais e biomédicas. Prioriza-se o trabalho em equipe e o respeito às diferenças e à dignidade humana em todos os níveis de atenção.
Como funciona
O acesso da população a esse serviço do Sistema Único de Saúde é realizado de forma ordenada e igualitária. O usuário procura a Unidade Básica de Saúde de origem, é acolhido por um profissional de nível superior, que irá fazer o encaminhamento para o serviço especializado. A consulta é agendada previamente pela central de regulação do sistema Esaúde – SMS de Curitiba e o paciente aguarda ser chamado para acolhimento no CPATT.
Números
:: Pacientes cadastrados (total): 939
São de Curitiba: 537 (57%)
Outros municípios: 402 (43%)
Homens Trans: 449 (48%)
Mulheres Trans: 490 (52%)
:: Pacientes Ativos no Ambulatório (total): 422
São de Curitiba: 227
Outros municípios: 195
Homens Trans: 160
Mulheres Trans: 262
:: Faixa Etária: 57% tem entre 26 e 36 anos.
:: Escolaridade: 55% Tem nível médio e 23% tem nível superior.
Distribuição de medicamentos
Desde abril/2016, os hormônios são distribuídos gratuitamente pelo ambulatório do CPATT. Quatro medicamentos foram padronizados. Para as mulheres trans: Valerato de Estradiol, Acetato de Ciproterona e Espironolactona. Para os homens trans: desde setembro/2018, a solução injetável de Undecilato de Testosterona.
Desafios
Um dos grandes desafios é ampliar e aprimorar a rede de atenção à saúde a esta população. Outro ponto importante é que muitas pessoas trans têm interesse em realizar procedimentos cirúrgicos dentro do processo transexualizador e que são previstos na Portaria MS número 2.803/2013, mas que até o momento ainda não são ofertadas no Paraná através dos serviços públicos.
*Por Edna de Jesus Litenski Barbosa, atualmente, endocrinologista do Centro de Pesquisa e Atendimento a Travestis e Transexuais (CPATT), onde é responsável pela hormonização desta população. Dados atualizados em jan/2023
NEUROENDOCRINOLOGIA
A investigação de doenças neuroendocrinológicas é feita através de dosagem hormonal basal ou por testes de estímulo, muitas vezes complementados por ressonância magnética ou tomografia computadorizada.
O hipotálamo e a hipófise produzem e secretam hormônios que cuidam do bom funcionamento do corpo humano e das nossas glândulas.
O hipotálamo está situado na base do crânio e é responsável por estimular ou inibir a produção de hormônios da hipófise, além do controle da homeostase do organismo. Ou seja, comando de fome, sede, sono, manutenção de temperatura corporal, expressão emocional e sexual.
A hipófise é responsável pela produção de hormônios que vão atuar em órgãos alvos como ovário, testículo, adrenal e tireoide. É composta pela adenohipófise que produz e secreta TSH, LH FSH, ACTH, prolactina e HGH; e neurohipófise que armazena o ADH e ocitocina.
Problemas nessas áreas irão se manifestar com sintomas de excesso ou falta de hormônios. As doenças mais comuns são hiperprolactinemia, doença de Cushing, alteração de crescimento, atraso ou precocidade puberal, tumores de hipófise produtores ou não de hormônios e hipotireoidismo central.
Dra. Luciana Saito