SBEM-PR Informa - Dúvidas sobre Colesterol

Adotar uma alimentação saudável é fundamental para evitar o colesterol alto.

1. Quais seriam os índices ideais de colesterol no sangue?

Quando falamos de índice ideal de colesterol no sangue, avaliamos não só o valor do colesterol total, mas precisamos avaliar o nível de colesterol, triglicerídeos e HDL e o LDL colesterol e saber se o paciente pertence a grupos de risco para infarto e AVC. Além disso, avaliar se ele tem histórico familiar de IAM, história de já ter sofrido infarto, presença de diabetes e tabagismo.

Os níveis ideais são individuais e variam para cada pessoa conforme o histórico de doenças e fatores de risco.

De modo geral, sem fatores agravantes de risco, o LDL deve ser mantido em 130, mas quem já infartou a meta é mais rigorosa: LDL 70-50.


2. Quais riscos de estar com colesterol ruim alto e o bom baixo?
O risco da aterosclerose aumenta em pessoas com níveis altos de colesterol total e do LDL colesterol acima do normal.

O HDL funciona ajuda na proteção do leito vascular contra a aterogênese e o HDL-C baixo: (homens < 40 mg/ dl e mulheres < 50 mg/dl) isolado ou em associação a aumento de LDL-C ou de TG são fatores importantes na formação de placas.

 

3. Como conseguir elevar os índices de colesterol bom?
O nosso HDL é determinado geneticamente, mas uma dieta rica em ômega 3 (2 porções de peixe rico em ômega 3 como salmão, sardinha, anchova), associada à atividade física regular ajudam bastante na melhora do nível e qualidade desse HDL.

Lembrando que as dietas ricas em gorduras saturadas ou gordura trans tendem a diminuir os níveis de HDL-c, com possível detrimento da funcionalidade das particulas de HDL e adicionais aumentos no LDL-c.

 

4. Qual risco de estar com colesterol alto e contrair a Covid?
Deixar o tratamento do colesterol de lado num momento de isolamento social tem aumentado o número de infartos e AVC.

Parar a medicação do colesterol é um risco nesse momento que estamos passando. Alguns trabalhos já sinalizam que as medicações do colesterol não pioram a resposta à infecção do COVID, ao contrário especula-se a melhora do estado inflamatório, ação vista com essas medicações.


5. De que forma o colesterol pode agir positivamente e negativamente no corpo?
O colesterol é um tipo de gordura saudável e necessária ao organismo. Entretanto, em níveis altos no sangue pode ser perigoso e se depositar na parede das artérias, causando a aterosclerose (acúmulo de gorduras, colesterol e outras substâncias nas paredes das artérias). Esse processo pode começar desde a infância. Quando não controlado, pode levar a terríveis complicações como o infarto do miocárdio e o AVC.

O colesterol é produzido pelo fígado e está em praticamente todas as células do organismo. Ele é utilizado para a produção de hormônios esteroides, vitamina D, bile e formação de membranas celulares.

Através do exame perfil lipídico ou lipidograma conhecemos o nosso nível de colesterol, triglicerídeos, LDL colesterol e HDL.

Uma criança pode ter seu colesterol alto mesmo que sua família não o tenha. É importante informar ao médico a história de saúde dos familiares - pais ou avós que tiveram infarto do coração ou AVC (“derrame”) precoce - antes dos 55 anos para homens, e 65 anos para mulheres.

Ter o LDL-c normal é importante, mas não é o suficiente. O médico precisa avaliar se os triglicerídeos e o HDL-c estão normais para a idade. Se o LDL-c estiver acima de 130mg/dL a criança deverá procurar orientação médica. Na hipercolesterolemia familiar os níveis de LDL colesterol são superiores à 160mg/dl.


Como se comportar frente a essa situação:
1. A principal medida para o controle do colesterol ou dos triglicerídeos é baseada em mudança de estilo de vida;

2. Adotar uma alimentação saudável é fundamental;

3. Praticar atividade física diária é muito importante;

4. Na maioria dos casos de dislipidemia NÃO há necessidade de medicação para as crianças;

5. Quando são necessárias, as medicações podem ser prescritas pelo médico e mostram-se seguras para as crianças;

6. Na hipercolesterolemia familiar a medicação é sempre necessária e de forma contínua;

7. O acompanhamento multidisciplinar com nutricionista e seu médico pediatra ou endocrinologista está sempre recomendado.

Se você ficou com alguma dúvida ou seus exames estão alterados, procure um endocrinologista. Clicando aqui, você encontrará uma lista de profissionais habilitados a atendê-lo.

Dra. Maria Augusta Karas Zella, endocrinologista e presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia - regional PR.