SBEM-PR Informa - Dúvidas sobre tireoide

  • O que é tireoide?

É uma glândula endócrina localizada na parte anterior do pescoço, na frente da traqueia, logo abaixo do pomo de Adão e pesa cerca de 20 a 30 gramas. Costuma ser relativamente mais pesada nas mulheres, podendo apresentar um aumento fisiológico durante a gravidez e nos períodos menstruais.

É formado por inúmeros folículos (semelhante a bexigas) preenchidos por um coloide (semelhante à gelatina), onde se formam os hormônios.

 

  • Quais são os hormônios da tireoide?

A tireoide é responsável pela produção da tiroxina (T4) e triiodotironina (T3), sob o estímulo do hormônio estimulador da tireoide (TSH), que é produzido pela hipófise.

Durante a fase fetal e infância, esses hormônios são responsáveis pela diferenciação, crescimento e maturação celular.

Já na vida adulta, são responsáveis pela produção de energia e metabolismo das células.

 

  • Ações dos hormônios da tireoide

- Interferem na contratilidade e na frequência cardíaca;

- Atuam no desenvolvimento cerebral de fetos e crianças até 2 anos;

- Atuam no crescimento de crianças e adolescentes;

- Interferem em perturbações mentais como memória, sono, concentração e humor;

- Regulam a termogênese;

- Auxiliam na regulagem dos ciclos menstruais;

- Agem na contração muscular.

 

  • Você conhece as diferenças entre o hipotireoidismo e o hipertireoidismo?

 

Hipotireoidismo
O hipotireoidismo acontece quando a tireoide falha em produzir quantidades suficientes dos hormônios tireoidianos (T3 e T4), ou quando uma pessoa com hipotireoidismo toma uma dose menor do que a necessária para o seu tratamento. Com isso o metabolismo desacelera, afetando diferentes funções do organismo.

Hipertireoidismo
Quando a tireoide produz hormônios tireoidianos em excesso, ou quando uma pessoa com hipotireoidismo toma doses maiores do que o necessário para o seu tratamento, desenvolve-se o hipertireoidismo. Nesse caso o metabolismo fica acelerado, podendo afetar o organismo de diversas maneiras.

 

Como é feito o diagnóstico do hipo e do hipertireoidismo?

Antes de falarmos sobre os exames realizados para o diagnóstico das disfunções tireoidianas precisamos entender que a tireoide funciona movida por um estímulo que vem de outra glândula: a hipófise (localizada no cérebro). Esse estímulo é o TSH (hormônio estimulador da tireoide), que mantém o equilíbrio da produção de T3 e T4 pela tireoide de acordo com as necessidades do organismo.

Quando a tireoide é afetada por algum problema e passa a funcionar de forma mais lenta (o que chamamos de hipotireoidismo) o TSH aumenta. Por outro lado, quando por algum motivo a tireoide está produzindo hormônios em excesso (hipertireoidismo), o TSH diminui. Sendo assim, a dosagem do TSH nos permite identificar as situações de falta ou excesso de T3 e T4 no organismo.

 

  • Iodo X tireoide

O iodo é um elemento essencial para a formação dos hormônios da tireoide, e a recomendação de consumo diário é de 150 µg. Tanto o excesso quanto a falta podem trazer problemas de saúde. No Brasil, a nossa principal fonte de iodo na alimentação é o sal iodado.

 

Falta de iodo

Excesso de iodo

Bócio

Autoimunidade

Hipotireoidismo

Hipotireoidismo

Retardo mental

Hipertireoidismo

Nódulos

Mutações

 

  • Amiodarona X tireoide

A amiodarona é uma medicação importante para o tratamento de arritmias cardíacas. E cerca de 2 a 49% dos pacientes terão alteração na função da tireoide. Nas primeiras semanas ele pode provocar uma inibição da produção do hormônio da tireoide. Mas como possui uma quantidade muito grande de iodo, pode causar hipertireoidismo. Outras medicações também podem afetar o funcionamento da tireoide.

 

  • Tireoide e coração, qual a relação?

Os hormônios da tireoide agem diretamente no tecido cardíaco e nos vasos sanguíneos, causando alteração nos batimentos cardíacos, na pressão no interior dos vasos e na liberação de catecolaminas (adrenalina e noradrenalina). Uma disfunção tireoidiana, tanto com excesso quanto como falta de produção adequada de hormônios tireoidianos pode afetar diretamente o coração e o sistema cardiovascular.

O excesso de hormônios (também descrito pelos médicos como tireotoxicose) pode causar aceleração dos batimentos do coração e arritmias, e estas por consequência pode causar um derrame (ou acidente vascular cerebral). A falta dos hormônios (também conhecida como hipotireoidismo, e sua forma mais grave, coma mixedematoso) também pode prejudicar o coração.

 

  • Na dose certa

Consulte seu médico endocrinologista para ajustar e monitorar a sua medicação. Só ele poderá determinar a forma e o nível adequado para o seu tratamento.

Se você ficou com alguma dúvida ou seus exames estão alterados, procure um endocrinologista. Clicando aqui, você encontrará uma lista de profissionais habilitados a atendê-lo.

 

Dr. Caio Cesar Cervi Lagana

Dra. Daniele Cristina Tokars Zaninelli

Dra. Luciane Saito Bolcato