O comportamento sedentário é o tempo que passamos gastando pouca energia. Acontece geralmente quando ficamos horas sentados ou deitados. Devido à nossa rotina, principalmente de trabalho e estudo e especialmente desde março de 2020 por conta da Covid-19, essa é uma conduta muito comum entre as pessoas.
Atualmente, até mesmo nas horas de lazer temos a tendência em escolher atividades de pouco gasto calórico. Estamos falando do período prolongado em frente às telas, sejam elas de celulares, computadores, tablets ou TVs. A situação é mais preocupante em relação às crianças, que estão abrindo mão das brincadeiras infantis, lúdicas e estimulantes para o seu desenvolvimento e ficam mais tempo no celular ou tablet, por exemplo.
Sabemos pelos últimos estudos publicados que longos períodos em comportamento sedentário podem gerar um maior risco de mortalidade, surgimento de diabetes, doenças cardiovasculares e câncer, independentemente da quantidade de atividade física feita.
Por esse motivo, é importante fazer pausas, nem que seja para levantar e buscar água.
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Qual a diferença entre atividade física e exercício físico?
A atividade física envolve os movimentos do corpo, que são feitos de maneira intencional. A atividade pode estar presente no lazer, nas tarefas domésticas ou no deslocamento para a escola ou o trabalho, além de subir escadas, descer um ponto de ônibus antes, andar de bicicleta para o trabalho.
Já o exercício físico é algo planejado e estruturado com o objetivo de melhorar ou manter os componentes físicos, como a estrutura muscular, a flexibilidade e o equilíbrio. Ou seja, todo exercício físico é uma atividade física, mas nem toda atividade física é um exercício físico.
9 motivos para você sair do sofá e praticar alguma atividade física
Dentre os inúmeros motivos para se praticar alguma atividade física, listamos 9 razões para você se motivar a sair do sofá o mais rápido possível!
:: Melhora sua imunidade
Sabemos que o exercício físico melhora a imunidade se praticado de forma regular.Durante sessões de exercícios aeróbicos de intensidade moderada e vigorosa com menos de 60 minutos de duração, a atividade dos macrófagos do tecido ocorre em paralelo com uma recirculação de imunoglobulinas, citocinas antiinflamatórias, neutrófilos, células NK, células T citotóxicas e B imaturas, todas as quais desempenham papéis críticos na atividade de defesa imunológica e saúde metabólica.
Em tempos de Covid-19 sabemos que hipertensão, diabetes e doenças cardiovasculares foram identificados como fatores de risco potenciais para agravamento dos quadros de Covid-19. Assim, o controle adequado dos distúrbios metabólicos pode ser importante para reduzir o risco de COVID-19 grave. E o exercício físico desempenha papel fundamental no controle das doenças crônicas.
:: Melhora a glicemia em diabéticos tipo 2, pré-diabéticos e melhora também resistência insulínica
Estudos epidemiológicos sugerem que a atividade física está associada a uma redução no risco relativo de diabetes em aproximadamente 30%. Descobriu-se que todos os tipos de atividades físicas de lazer, bem como atividade física ocupacional, estão inversamente associados ao risco de diabetes. O efeito benéfico do exercício na sensibilidade à insulina e no controle glicêmico (por medição contínua de glicose) também foi demonstrado em estudos controlados em indivíduos não diabéticos. A troca de 30 minutos de tempo sedentário por atividade física moderada a vigorosa foi associada a uma diferença de 15% na sensibilidade à insulina.
Lembrando, também, que é o exercício físico faz parte do tratamento de mulheres com SOP (Síndrome dos Ovários Policísticos) que apresentam resistência insulínica.
:: Diminui o risco de diabetes gestacional
Revisão da literatura mostrou que mais de 90 min/semana de atividade física antes da gravidez foi associado a 46% de diminuição das chances de diabetes melitus gestacional.
:: Diminui risco de desenvolver hipertensão arterial e ajuda no controle dela
A atividade física regular faz com que os vasos sanguíneos fiquem mais dilatados (vasodilatação) mediados pelo óxido nítrico liberados pela parte interna das aterias (endotédio vascular).
:: Diminui o envelhecimento do cérebro
O exercício físico influencia positivamente na reserva neuronal, melhora a neurogénese (novos neurônios) e a plasticidade sináptica, reduz o estresse oxidativo, a inflamação e, além disso, aumenta o fluxo sanguíneo cerebral e periférico, o que estimula fatores angiogênicos (vasos novos) que levam a mudanças positivas no cérebro. Essas mudanças melhoram a atividade cerebral e funcionam como um amortecedor contra distúrbios relacionados ao estresse. Resultados positivos também foram observados em relação aos efeitos do exercício na cognição e, portanto, na reserva cognitiva.
:: Melhora a memória, retarda a progressão de demência como Alzheimer
A promoção de mudanças no estilo de vida nos estágios pré-sintomáticos e pré-demência da doença pode ter o potencial de retardar 1/3 das demências em todo o mundo. O exercício modula o turnover de substância beta amiloide, a inflamação e aumenta o fluxo sanguíneo cerebral. A adoção de um estilo de vida ativo deve ser recomendada para toda a população, incluindo a mais idosa.
:: Diminui o risco de vários de tipos de câncer
A atividade física é benéfica para a prevenção de vários tipos de câncer, incluindo mama, cólon, endométrio, rim, bexiga, esôfago e estômago. Minimizar o tempo gasto em comportamento sedentário também pode diminuir o risco de câncer de endométrio, cólon e pulmão. Além disso, a atividade física antes e depois de um diagnóstico de câncer também pode ser relevante para melhorar a sobrevida daqueles com diagnóstico de câncer de mama e cólon.
:: Melhora a fibromialgia
Já se sabe através de estudos nos últimos 25 anos que o treinamento aeróbio e de força reduz os sintomas da fibromialgia e melhora a qualidade de vida dos acometidos pela doença.
:: Previne e melhora a sarcopenia
O exercício físico com resistência muscular (musculação, exercício funcional, pilates, ioga) faz um papel determinante na melhora da massa magra e força muscular em pessoas que têm sarcopenia (perda de massa magra com perda de força), melhorando a autonomia do idoso ou em indivíduo que ficou numa UTI, por exemplo.
Por Dra. Daniela Fiorin Cubas
Fontes:
https://jornal.usp.br/ciencias/pessoas-ativas-respondem-melhor-a-vacina-contra-a-covid-19/
https://saudebrasil.saude.gov.br/eu-quero-me-exercitar-mais/exercicio-fisico-x-atividade-fisica-voce-sabe-a-diferenca
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