Notícias - Pandemia aumenta casos de obesidade e descontrole do diabetes, revela pesquisa da SBEM-PR

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Pacientes sedentários, com quadros de obesidade aumentando e diabetes descompensada: esses foram os principais resultados de uma pesquisa feita pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia – regional PR (SBEM-PR) nos meses de maio e junho de 2021, com médicos endocrinologistas de todo o estado. O isolamento social por conta da pandemia provocou a ausência dos pacientes nos consultórios, prejudicando o tratamento e acompanhamento das doenças.

Segundo a pesquisa, quase 90% dos pacientes estão mais sedentários, sendo que 82,2% deles estão aumentando de peso na pandemia. Quase 44% dos médicos endocrinologistas que participaram da pesquisa relataram que já tiveram algum paciente (com diabetes ou obeso) que faleceu por conta da covid-19.

A pesquisa também mostrou que cerca de 30% dos médicos estão atendendo menos pacientes atualmente do que antes da pandemia. Em torno de 37% dos profissionais tiveram 25% de redução do número de atendimentos.

Para a endocrinologista e presidente da SBEM-PR, Dra. Maria Augusta Karas Zella, o medo de contaminação pelo novo coronavírus fez com que os pacientes deixassem de procurar auxílio para outras doenças, mas elas continuam ocorrendo da mesma forma que antes da pandemia e colocando vidas em risco.

“Nossa orientação é de que as pessoas com doenças crônicas sigam as orientações das secretarias de saúde do seu município, mas não podem nem devem se isolar do tratamento médico regular”, reforça Maria Augusta.

Apenas depois da chegada da vacina e principalmente depois da 2ª dose, vários pacientes retornaram após quase 18 a 24 meses sem acompanhamento.

Obesidade, pandemia silenciosa
De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde, realizada pelo IBGE e divulgada em outubro de 2020, 60,3% da população adulta do Brasil está acima do peso. O problema também atinge em cheio crianças e adolescentes: a cada 3 crianças e adolescentes no Brasil, 1 está acima do peso.

Pessoas com obesidade correm mais risco de desenvolver as formas graves da Covid-19, justamente pelo estado de inflamação causado pela própria obesidade no organismo, bem como a presença de outros fatores de risco, como diabetes e doenças cardíacas, entre outros.

Segundo a endocrinologista, não existe obeso saudável. Para combater a obesidade, é preciso fazer o combate ao sedentarismo, estar sempre ativo e associar um plano alimentar saudável.

“Infelizmente, a pandemia do novo coronavírus nos trouxe um cenário preocupante, onde mais pessoas estão paradas, sem a prática nenhuma de atividade física. Mesmo assim, precisamos nos esforçar com pequenas ações no dia a dia. Trocar o carro pela bicicleta, fazer mais caminhada – sempre com máscara e mantendo o distanciamento social, ficar menos nas ‘telas’, e ter maior consciência nas escolhas dos alimentos, ou seja, pequenas mudanças diárias que ajudam e muito no combate à doença. Desembalar menos, descascar mais”, ressaltou.

E o paciente diabético?
O risco de uma pessoa com diabetes se contaminar pelo coronavírus é o mesmo de uma pessoa que não tem diabetes. Porém, a glicose elevada aumenta o risco da infecção por Covid-19 evoluir para uma forma mais grave. Por isso, os portadores de diabetes são considerados grupo de risco na infecção pela doença.

Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que 16,5 milhões de brasileiros sofrem de diabetes. A taxa de incidência da doença cresceu 61,8% nos últimos 10 anos. No Brasil, cerca da metade das pessoas que possuem diabetes ainda não têm o diagnóstico.

A doutora lembra que o diabetes pode não dar sintomas nos primeiros 5 a 10 anos. “Por isso’, ressalta Maria Augusta, “é importante saber se seu risco de desenvolver a doença é alto ou não. Se você tem alto risco para diabetes, é recomendado que você faça uma dosagem de glicemia de jejum 2x ao ano”.

Alguns sintomas leves podem ocorrer, como tonturas, dificuldade visual, fraqueza, infecção vaginal frequente (candidíase). Com o tempo a glicose se eleva, e pode haver sintomas de sede importante (polidipsia), aumento da quantidade de urina (poliúria), várias idas ao banheiro para urinar a noite (noctúria), emagrecimento e muita fome.

Na presença destes sintomas, o paciente deve procurar auxílio médico imediatamente.

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